segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VERTICAL SALENTEIN: MERLOT 1999, Argentina



VERTICAL SALENTEIN: MERLOT 1999, Argentina
SALENTEIN 100% Merlot, Mendonza,
Alto Valle de Uco, Argentina
14,5% teor alcoólico, -R$ ... R$-
Prova: 17.06.2010, na Magazino

Intróito: A capital do Rio Grande do Norte, Natal, foi palco para a realização de uma Vertical com vinhos das Bodegas Salentein no mês de junho. A degustação, promovida pela Magazino, foi ministrada pelo enófilo Marcelo Chianca, expoente mor desta loja. O Atlan Vitis pôde conferir e se entusiasmar com esta inédita vertical. Vamos a este primeiro vinho.

COPO/COR: Vermelho mesclado ao rubi com uma surpreendente parca evidência de evolução para um vinho ano 1999. Há, sutilmente, as cores típicas de um vinho mais velho, discreto, sem reflexos e brilhos maiores.

AROMAS: Ao servir da taça reinava absoluto o álcool. Bom sinal?! Vejamos... pois logo veio o descanso em taça e...Espetacular!!! Chocolate Amargo, baunilha e uma madeira equilibrada com nuances para o café. Um intróito aromático apetitoso. Um convite imediato para direcioná-lo à boca.

Intermezzo: Os vinhos apresentados nesta vertical Merlot Salentein não sofreram em nenhum momento, como bem atestamos nas degustações. Foram vinhos que tiveram o privilégio necessário nos cuidados com transporte, guarda e serviço correto. Congratulações à Magazino por ser um dos responsáveis por este feito.

BOCA: Frutado. Potente quando o álcool dava o seu ar da graça. Depois, ainda potente, porém, com elegância. Equilíbrio decano.

PÓS-BOCA: De inicio, com o Atlan Vitis afoito com este 1999, o álcool conduziu à sensação de desequilíbrio no retrogosto. Contudo, após merecido descanso em taça, tivemos um final de persistência moderada. A acentuação alcoólica já não era o mote principal. Ainda assim era o fio condutor de uma boa sensação vínica em boca e pós-boca. A transubstanciação de um vinho respeitadíssimo.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Surpreendente vinho. Custo um pouco para dar o seu ar da graça e contar-nos sua história. Mas essa relação de tempo e espera ficou totalmente descartada ante o espetacular convite aromático exalado de um vinho oriundo de um século findo, de uma década vizinha e de um milênio que ficou para trás. Um vinho a ser respeitado. e existem duas únicas formas de melhor preservar este respeito a este Salentein 1999: tratando-o com os devidos cuidados no transporte e na guarda adequada e, principalmente, tomando-o hoje.

Em tempo: Sempre é tempo de verticais!!!

PPN: 84...90

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

45º VINHO da C.B.E - Confraria Brasileira de Enoblogs; #cbe

Confrades e demais leitores do blog Atlan Vitis,
segue abaixo a lista e seus links das postagens do vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs:

Vinho do mês: Cabernet Franc Nacional

Basta clicar nestes:

Atlan Vitis

Levinaublog

Falando de Vinhos

Azpilicueta96 Temática

Azpilicueta96

Eueovinho

Vinho Para Todos

Alexandre Queiroz

Enoleigos

Marcelo di Morais

Etilicas Notas

Vinhos de Corte


e também no ENOBLOGS - clicando em tags.

saúde!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CASA VALDUGA SECULUM 2000 CABERNET FRANC – BRASIL - #CBE



CASA VALDUGA SECULUM 2000 CABERNET FRANC – BRASIL - #CBE;
45º Vinho para a Confraria Brasileira de Enoblogs.

Frustração? Experiência ou experimentação? Afinal, comprar um vinho que dá todos os indicativos de que foi maltratado é uma atitude boba ou uma atitude de investimento para “conhecimentos enológicos”? E ainda assim: Será que valeu a pena? Será que vale este tal “investimento”? Vejamos...

Como de praxe, todo mês um confrade aponta uma sugestão de degustação para toda a Confraria Brasileira de Enoblogs. A deste mês, casta Cabernet Franc brasileira, foi previamente indicada pelo confrade Jurandir do blog: Eu e o vinho; Escolha excepcional ante uma uva que aparentemente julguei ser de difícil presença como uma varietal 100% nos vinhos nacionais. Mas não, ledo engano. O Brasil dos vinhos finos evoluiu e já oferece um respeitado leque com a Cabernet Franc. Basta, em especial após esta iniciativa mensal da CBE, clicar nos blogs associados e “garimpar” o que o mercado oferece. Curiar sobre o que escreveram os demais membros da CBE.

Sim, os confrades escreveram e...publicaram. Mas, o Atlan Vitis... ficou matutando três dias se publicava ou não o vinho do mês. Se escrevia ou não sobre o vinho adquirido e “parcialmente degustado”. E então... perdoem-me pelo atraso na publicação de um vinho que tentei degustar e que agora apenas serve de mote para uma resenha, uma historieta. Acompanhem...

Natal, cidade cosmopolita e capital de um bravo estado elefante, o Rio Grande do Norte, é considerada por muitos como um verdadeiro paraíso graças às suas belezas naturais e ao aconchego do povo. Dizem que quem chega por aqui são “abrisabraçados” pelos que fazem a atmosfera local e, obviamente, pelo próprio clima.

Certamente, como ocorrem com inúmeras outras cidades mundo afora, Natal serve de cenário para degustarmos vinhos e mais vinhos, independente de seus países de origem, independente de suas safras, gostos e bolsos.

No entanto, e posso falar com propriedade, Natal não oferece as condições ideais para a guarda de vinhos. Sol intenso, luminosidade extrema, temperatura mínima (eu disse mínima hein!) na casa dos 23,24 ou 25 graus em média, umidade relativa do ar sempre rondando a casa dos 100%, dentre outros fatores típicos de um litoral nordestino e de uma cidade com alguns focos de “rush” térmico, são indícios claros, claríssimos, do quanto um vinho irá sofrer por aqui.
Salvo aqueles que se comprometeram a ter em suas casas ou estabelecimentos comerciais toda uma aparelhagem (adegas, etc.) necessária às necessidades de guarda dos vinhos, minha querida Natal, definitivamente, não é um paraíso para a guarda de vinhos. É compreensível, concordam? Mas vejam só: apenas para guarda. Para degustar... hum até parece que o vinho fica mais encantador. Será? Venham conferir...

E, sabedor disto tudo, após rodar por duas semanas na caça por um Cabernet Franc Brasileiro disponível, apenas pude ter a chance (afora pela internet) de adquirir uma garrafinha de 375ml do vinho numa loja de turismo, especializada em castanhas de caju.

Esta loja eu já conhecia. Uma loja sem ar-condicionado. Já comprei castanhas por lá. Loja sem nenhum cuidado com circulação de ar, por certo para atrair os clientes turistas pelo cheiro das castanhas potiguares (eu sou fã de castanhas!). Sim... inclusive presenciei sua mudança de endereço recentemente: saiu de uma rua super quente e ensolarada da badalada praia bairro de Ponta Negra para, 300 metros adiante, um píer turístico ainda em construção, também quente e sem refrigeração.

Bem, seria um sonho que os vinhos disponíveis desta loja pudessem ter sua devida acolhida numa adega própria etc. Porém, certos estão os donos. É uma loja de vender castanhas. Os vinhos estão ali para... um dia vou descobrir! E olha que há bons exemplares, talvez raridades.
Raridades como a que julguei encontrar. Tanto que dispensei a internet na compra deste Cabernet Franc. Comprei no dia 30 de julho, dois dias para a postagem do dia 01 de agosto, a postagem mensal da CBE.

Assim, antes de criarmos coragem em ler a ficha de degustação abaixo, faço um apanhado geral de como e em que estado estava as garrafinhas de 375ml, safra ano 2000, da Casa Valduga:

1. Loja nova, abafada e quente, com intensos cheiros de verniz misturado com o habitual cheiro de castanhas caipiras, castanhas doces, amanteigadas, fritadas, com gergelim, etc;

2. Garrafinhas na horizontal, porém, em estante aberta e ao lado da chapa fogão de torra das castanhas;

3. Conversando com um dos donos descobri que na mudança recente da loja os vinhos foram transportados em camionete pau de arara, ou seja, ao léu e ao sol generoso de Natal;

4. A rolha, assim como o estado geral da garrafinha, estava em boas condições... era um sinal de esperança! Será?!

Vamos ao vinho!
CASA VALDUGA SECULUM 2000 CABERNET FRANC – BRASIL - #CBE
Produtor: Casa Valduga, RS – Brasil
12,5% teor alcoólico; -R$ 15,00 R$- (375ml)
Prova: 30 e 31/07/2010 em Natal/RN

COPO/COR: Tijolo, telha e barro em matizes e cores predominantes. Água barrenta. Um leve traço tonalidade de uva passa preta. Algumas lágrimas discretas, perdidas. Formação de cristais e de uma espécie de areia liquida na garrafa, na taça e no decanter. Uma década de impregnação vinica?

AROMAS: Café bem torrado (tostados quase horripilantes). Ares terrosos, barrento. Uvas passas. Talvez passas torradas. Presença também de um cheiro de chapa de frigideira incrustada de pão queimado. Vinagre. Balsâmico forte, enjoado.

Intermezzo: Por favor, não pensem que a loja referida é um pandemônio comercial. Alias, muito longe disso. É uma loja referência em castanhas de caju, souvenires nordestinos, muitas cachaças e ... vinhos. Vinhos? Nossa, êita mundão cheio de histórias!

BOCA: Um mistério. Estaria apto a ser degustado? Estaria “bebível” este Cabernet Franc brasileiro?

PÓS-BOCA: Persistência praticamente nula ante o golinho (foi um golinho medroso mesmo!) em boca. Exceção para o forte aroma de tostados terrosos permeando a boca.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Até agora e acredito que por um bom tempo estarei escavacando as minhas impressões ante o beliscar que foi a minha degustação em boca, em olhar, em tudo, deste Cabernet Franc adquirido numa loja turística nordestina. Frustração? Experiência ou experimentação? Afinal, comprar um vinho que dá todos os indicativos de que foi maltratado é uma atitude boba ou uma atitude de investimento para “conhecimentos enológicos”? E ainda assim: Será que valeu a pena? Será que vale este tal “investimento”? Ao menos tenho uma resposta título pra tudo isso: Um Cabernet Franc que virou história – parte única.

Em tempo: Este vinho não fez mal à saúde deste editor. Até então!!! rs