sábado, 21 de novembro de 2009

BARRICAS DE IPÊ ROXO

será que existem?

Vinho Tinto Casas Patronales Carmenere 2008


Data: 21.11.09 doutro mirante a mirar apenas uma brisa noctivaga advinda da Barreira do Inferno, no limiar entre Natal e o Trampolim da Vitória.13,5% vol.

Comemorando duas datas festivas de 1 ano - o 3.1 deste que vos escreve e 1 ano do Ipê Roxo que virou Bonsai sob cuidados do aguerrido enófilo Fregonezi, segue breves comentários deste e de um Lambrusco... todos sob auspicios de pizzas adornadas em ingredientes especialissimos: queijos, tomatinhos cereja, azeitonas e até sementes de girassol. Vamos ao vinho que, assim como a Vanessa, com um olho no seu pequeno e outro no capricho das pizzas, conseguiu abrilhantar a noite.
Um vinho mui correto e elegante. Moderno e completo.Aromas frutados e com leve toques de baunilha e ou madeira. e... no mais quanto a gosto, retrogosto e aromas seguem num patamar chileno esperado em se tratando de um vinho R$ 14,98 no Sams Club Natal. Porém... vamos ao que interessa, o grande destaque:Cor do vinho: um rubi extra cereja, tons negros ou de casca de cereja madura. Ou ainda, aproximando um pouco à realidade potiguar, a cor deste gostoso vinho lembra-nos os frutos Jambo bem amadurecidos, quase a cair, que nessa época espalham-se entre os inúmeros pés na capital potiguar. Espetacular. Cor espetacular!!!

PPN: 82...87

LAMBRUSCO VINO FRIZZANTE Fratelle Cella ITALIA
Próximo a região da Lombarda, chegou-nos este Lambrusco Dell´Emillia
Um vinho para comemorações e ou sobremesas, de preferência com as devidas amadas a tiracolo. Muito suave na boca. Talvez devido ao pouco álcool: 8%vol
Um espumante ideal para um brinde. Ideal para celebrações. Uma dupla comemoração de saúde ao homem e árvores a cá em pé, como o Bonsai de Ipê Roxo, doação do Parque das Dunas da cidade do Natal – RN em 2008 e que sob cuidados do enófilo e apaixonado por espumantes e cavas e “Espanhas” outras, Sr. Fregonezzi, denotam e espalham vida.
Como sou leigo quando o assunto é espumantes, fico aqui sem notificar uma nota a este Lambrusco. Mas deixo um registro de excelente agrado, pela comemoração e pelo gosto amabile.

VINHO TINTO REAL LAVRADOR 2007


Vinho Regional Alentejano – Portugal
12%Vol
Data: 19.11.2009

Vou transcrever as informações do contra-rótulo para depois rebater com minhas observações.
“O Real Lavrador é um vinho resultante da vinificação tradicional de curtimenta de uvas predominantemente da casta Castelão. Apresenta cor rubi, aroma e frutos vermelhos, sabor suave e equilibrado.”
Este Vinho é produzido pela Adega Cooperativa de Redondo e deve ocupar, numa pirâmide de qualidade, um posto certamente não destacado ou muito distante de uma qualidade “Premium”. Será que existem outros vinhos de cooperativa portuguesa, como esta, em que fazem vinhos de excelência?
Na taça visualizei uma coloração rubi mesclado com uma leve cor tijolo marrom; aroma frutado, com um misto de mentolado querendo fazer-se presente em conjunto com uma madeira bem agradável, mas talvez sem força para tal. Retrogosto com um pouco de amargor. Não achei o sabor suave e nem equilibrado, mas também não é desastroso.
Curiosidade: é um bom vinho para a minha querida avó Nom (83anos) colocar adoçante e se deliciar, assim como comumente ela o faz com seus vinhos. Até porque este me custou apenas R$ 14,90 no Nordestão.
PPN: 72...78
NOTA: Talvez 75 ou 76 ou seja: entre um elogio de “bom” e uma alcunha de vinho “médio”, mediano conforme queiram ou conforme lhe ditem os estado de espírito na hora da prova deste.
Em tempo: ainda assim terei coragem para experimentar as safras 2008 e ou 2009. será que valerá a pena?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

PANUL RESERVE CABERNET SAUVIGNON 2007 CHILE


VINHO TINTO PANUL RESERVE CABERNET SAUVIGNON 2007 CHILE
03.10.2009

Muitas redes supermercadistas há um bom tempo investem em “intercâmbios” exclusivos de vinhos. Aqui em Natal/RN, via rede Bompreço ou Hiperbompreço e Sams, todos da Wall-Mart, encontramos um vinho surpreendentemente bom, barato e acessível. Trata-se do Panul... basta alguns cliques de pesquisa na web e muitas páginas, inclusive de enoblogs, disponibilizam opiniões e comentários diversos sobre estes vinhos chilenos.
Para minha surpresa, encontrei um Reserva Panul por incríveis R$ 13,90 e se não me falha a memória, já degustado inúmeras vezes com amigos.
De coloração rubi muito viva na taça. Denotando ser ainda jovem apesar da alcunha reserve. Há uma complexidade de aromas. Talvez até um pipoco, uma espalhafatosa explosão de cheiros para todos os lados. Só que isso, para mim, não foi característica de elegância, nem tampouco de equilíbrio. Paciência! É um vinho correto, ma non tropo. A madeira, tanto no retrogosto quanto no gosto inicial quanto no pipoco explosivo de complexos aromas é o mote deste vinho. Mas respeito a procedência deste Panul Reserve - produzido e engarrafado pela Errazuriz Ovalle Vineyards – e o reconheço como um vinho bom e com tendência a ficar melhor numa possível guarda. Já posicionei na adega uma garrafa. Quem sabe após um descanso transformador este reserve realmente diga para que veio ao mundo?! Aguardemos com mais um vinho posto em guarda.
Para efeito de registro não posso esquecer que quem me apresentou estes chilenos "Errazuriz-Panul” chegando até este Reserve, foi minha querida sogra.

PPN: 78...82

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

VINHO GAMAY X EL NIÑO



VINHO TINTO MIOLO GAMAY 2009 BRASIL
03.10.2009

Taí um vinho ideal para essas décadas de fenômeno El Niño. Concordo com as informações do contra-rótulo em que percebemos nitidamente leveza e jovialidade. Servido geladinho, porém jamais ultragelado, há de ser um excelente acompanhante até almoços ao ar livre no Nordeste brasileiro em pleno verão ou não.
Se o vinho anterior aqui comentado literalmente tocou fogo, esse apaga e suaviza qualquer calor.
Hei de degustá-lo novamente para fazer uma “busca” mais acirrada quanto aos aromas e o seu destaque na boca. Assim que o fizer postarei aqui.
Interessante foi a aceitação deste entre as mulheres que o degustaram. No entanto, terminada a degustação de outros vinhos, este foi eleito por unanimidade como o melhor vinho de uma noite alegre e festiva. (os vinhos que concorreram foram: Vinho Tinto Panul Reserve Merlot 2006 Chile; Vinho Tinto Palácio Del Conde 2006 Crianza Valencia Espanha e o Miolo Seleção 2008)
No mais fico com uma excelente impressão deste vinho da Miolo, assim como fiquei também com uma agradável impressão quanto ao rótulo.
NOTA: 89

domingo, 15 de novembro de 2009

VINHO ESPANHOL TOCA FOGO NO PALÁCIO DEL CONDE!!!




VINHO ESPANHOL TOCA FOGO NO PALÁCIO DEL CONDE!!!
TINTO PALACIO DEL CONDE 2006 CRIANZA
UVAS MONASTRELL E TEMPRANILLO
PRODUZIDO E ENGARRAFADO PELA ANECOOP – COOP. LA VIÑA LA FONT DE LA FIGUERA (ESPAÑA) VALENCIA – DENOMINACION DE ORIGEN
Data da Avaliação: 03.10.2009

Este foi o último vinho servido dentre quatro numa noite de conversas mil, crianças em algazarra e de uma degustação planejada na base do “sem querer”. Agradeço, de antemão, aos amigos presentes. Em especial por fazerem valer a máxima de que vinho e amizade se não transformam vinhos em outros vinhos, ao menos reforçam a amizade, elevando-a em algo além de um bem mútuo.
Vamos ao Palácio... um vinho intrigante para este iniciante no mundo dos vinhos. Elaborado com uvas Monastrel e Tempranillo, importantes castas tinta espanhola. A Monastrel também é conhecida como Alicante e Morastell em outras regiões espanholas. Na França nas regiões Languedoc-Roussillon, Rhône e Provence, é conhecida como Mourvédre. Quanto a Tempranillo posso dizer que diversas literaturas a consideram a melhor uva tinta espanhola. Em Portugal ela é conhecida como Tinta Roriz na região do Douro e Aragonez no Alentejo.
Deixando de lado uma apresentação mais aprofundada comentarei de forma sucinta este vinho intrigante de Valencia:
Ácido e com muito álcool após abertura da garrafa. Mas resolvi deixar no copo descansando uns 10min enquanto “brincava” girando o copo e, feito um gato curioso, inspecionava de minuto em minuto as lágrimas postadas na parede da taça. Resultado: a acidez dissipou e um novo vinho apresentava-se à minha degustação. Só então resolvi me atinar para a percepção olfativa. Uma madeira longínqua e o álcool ainda e sempre predominando... um verdadeiro fator dominante neste tinto valenciano. Estou certo de que este fator dominante atrapalhou e muito a percepção do bouquet.
Na boca, após descanso e brincadeira girante, ficou mais agradável e volumoso. Antes estava muito ácido e que me fez pensar numa futura dor de cabeça via vinho. Valei-me de muita água como prevenção... sim, e o bom papo entre amigos fez-me não dar muita atenção para este vinho que mais parecia ser de ascendência ígnea. Só faltava a fagulha para decolar de vez o álcool presente. É fogo? Só se for fogo espanhol.

Curiosidade: Haja números no rótulo e contra-rótulo deste vinho espanhol; tirando a numeração do código de barras, há uma gama de números... relato isso me perguntando: seriam testes de qualidades quando ainda em barrica? Isso é para algum controle? Ou seria para um descontrole propositivo ante um vinho que está descontrolado em seu equilíbrio?

NOTA: 78

domingo, 1 de novembro de 2009

MONTADO 2008 - JMF


VINHO TINTO PORTUGUÊS
JOSÉ MARIA FONSECA - MONTADO 2008
CASTAS ARAGONEZ E TRINCADEIRA


Data da Avaliação: 30.10.2009

Noite. De um Mirante da Barreira do Inferno no limiar entre Natal e Parnamirim.

Esquecendo os típicos aromas etílicos, apresenta-se neste jovial vinho alentejano um buquê frutado e enigmático; há também outros frutados, suaves e tranqüilos, não decifráveis, que inundam-nos nossos receptores do olfato. Ares agradabilíssimos.

Já na boca uma quase semi decepção – se é que posso valer-me deste criar de expressão!!! Porém, não gostaria aqui, brevemente, fazer ruir este vinho. Nem tampouco desmontar o “Montado”. Ao contrário, pois o percebo integro, jovem e equilibrado. Minhas memórias, com mais de mil e um repasses de informações advindas das minhas papilas gustativas, agradecem este vinho elaborado com uvas que jamais houvera provado: Aragonez e Trincadeira. Creio realmente ser um viti debut consciente da minha memória tri-decana. Talvez uma pontada de acidez tenha me inspirado a criar este louco “quase semi decepção”.

Ainda assim, sem delongas, considero este Montado um Bom vinho, mesmo provando-o sozinho no silêncio de uma casa recém abandonada pelo crepúsculo. E indo mais além, estou a intuir que este tinto português, na companhia mágica de amigos, no compartilhar das sensações infinitas da enogastronomia, certamente há de se transubstanciar em Muito Bom.

E enquanto não compartilho uma nova empreitada avaliativa deste bom vinho da Jose Maria Fonseca, fica aqui este registro solitário. Mas, parafraseando Milton Nascimento e ?, como o solidário não quer solidão, faço o convite para que outros além da vastidão da web e dos enoblogs possam degustar e aprovar este vinho regional alentejano, nem que seja como eu fiz, numa garrafinha de 375ml, custando-me R$11,00 no supermercado. E, diga-se de passagem: numa garrafinha capaz de agraciar-nos com um buquê levemente adocicado frutado, capaz de montar em nossas memórias os fortificados clássicos porto portugueses.

NOTA: 82 ou será: 85?