terça-feira, 15 de junho de 2010

REMHOOGTE 2006 – AFRICA DO SUL #cbe


“Tem Vinhos que se transformam, evoluem. E este é um deles. Mas, se transformam como? Num decanter? Em taça? Em boca? Experimentá-lo é imprescindível. Tê-lo em boca será o óbvio para entendê-lo como um Boustred-Rolland transformado. O que isso quer dizer? Só degustando...”

REMHOOGTE 2006 – AFRICA DO SUL #cbe
Produtor: Remhoogte Estate Wine, Hakuna Matata
Simonsberg – Stellenbosch, South África
40% Merlot, 23% Cabernet Sauvignon, 22% Syrah e 15% Pinotage
15% teor alcoólico, - R$ 60...80 R$ - Gran Cru Natal RN
Prova: 13 e 14 de junho de 2010

INTRÓITO: Vinho para a Confraria Brasileira de Enoblogs (CBE), em sua 43º escolha, numa edição extra ou especial – como queiram. Tema: Um vinho da África do Sul fazendo jus à Copa em sua plena efervescência. Com postagens programadas para o mesmo dia da estréia da Seleção Brasileira nesta competição.

COPO/COR: Numa vista aérea temos uma panorâmica de um vermelho rubi escuro, bem fechado. Já numa contemplação da taça inclinada este mesmo vermelho rubi mostra-se vibrante e cativante, enquanto algumas gotas lacrimais bailam baladas lentas ao derredor da taça em par com esta cativante cor vínica.

AROMAS: Ao abrir, uma explosão de carvalho. Depois, muito álcool. Rico álcool. Aromas etílico próprio para frio e... Após primeiro descanso em taça alguns vestígios de frutas vermelhas suculentas. Já após 2 taças servidas e com a garrafa com um bom tempo de descanso, percebemos um acorde suspenso aromático advindo das boas uvas deste blend. Contudo, infelizmente a expectativa pela chegança de uma gama maior de aromas não se confirmou. Paciência ante uma coisa que já estava formidável. Mas, afora o álcool inicial, paciência!

INTERMEZZO: Talvez faltou o frio e o inverno que estão a preencher os estádios na Copa para fazer despertar recônditas gamas aromáticas.

BOCA: Potente e com uma elegância apesar desta força alcoólica. Num frio cai bem demais. Taninos enigmáticos. Cada taça uma história. Em todas, fome de gol... digo: com deixas para outras repetições.

PÓS-BOCA: Os taninos já não ficam comportados e passam a idéia de eletricidade sem danos. Taninos elétricos com duradoura persistência. Semi-guloso. Ritornelo para um acorde de frutas vermelhas suculentas.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Não se deixem enganar pelos devaneios deste editor do Atlan Vitis. É, de fato, um vinho muito bom. Talvez excelente. Quem gosta de vinhos potentes em boca, mui bem conduzidos pelo álcool e sem desequilíbrio, este Remhootge não desaponta. Porém, não é um vinho para ser degustado às presas. Nem com medo de decepções. Não há nenhuma coisa nem outra para este vinho sul-africano. Há apenas uma coisa que tentarei vos transmitir: é um vinho que pode se transformar. Ou vira fera sul-africana ou vira uma Jabulani – a espetacular e imprevisível bola do Mundial de 2010.

Em tempo: Se o Atlan Vitis estivesse atualmente munido de uma adega propicia para grandes guardas, investiria num Remhoogte 2006 para além da copa de 2014. Talvez ainda esteja potente para as olimpíadas de 2016.

PPN: 87...92

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