terça-feira, 27 de julho de 2010

SERRADAYRES RESERVA 2008 - Portugal


SERRADAYRES RESERVA 2008
RIBATEJO DOC PORTUGAL
Castas: Touriga Nacional, Castelão e Trincadeira
Produtor: Caves Velhas – Enoport
13,5% teor alcoólico, - R$ ?...? R$ -
Prova: 22 e 23.06.2010

INTRÓITO: Alguns degustações só acontecem quando ocorrem predisposições particulares sui generis. O Atlan Vitis é extremamente grato e agraciado pela presença saudável e constante de um casal de enófilos que proporcionam momentos especiais e particulares como o da degustação deste vinho. De retorno do Velho Mundo, os confrades amigos, um casal de fisioterapeutas, trouxeram algumas garrafas. E que garrafas! Aliás, que vinhos! Aliás... nada de elogiar agora garrafas e seus líquidos, mas sim, de agradecer publicamente a estes confrades do “Mirante” pelo oportunidade possibilidade de brindarmos taças. De brindarmos à saúde nossa, dos nossos, do planeta e até do que não conseguimos “ver”, como a criação inusitada e ainda não detalhada desta Confraria Lúdica de Enófilos do Mirante da Barreira do Inferno.
Observação: este “lúdico” e seus inúmeros significados remete também e principalmente à presença dos nossos filhos, sempre na boa algazarra, enquanto “tentamos” avançar nas nossas degustações conversações.

COPO/COR: Granada intenso. Lentas lágrimas. Límpido visual das uvas num convidativo vinho. Mui bem apresentado em taça. Impossível recusá-lo e não tê-lo em boca e ainda não ter a oportunidade de explorar quais aromas saem de sua cor. Uma jovem reserva cor convidativa.

AROMAS: Frutos vermelhos apresentados em compotas. Muita uva. Uva boa. Boníssimas uvas. Toques de carvalho e/ou tostados bem dispostos e bem distribuídos na paleta de aromas. Finesse.

Intermezzo: Com paciência e com uma boa memória de quem já esteve em bosques talvez seja possível perceber no tutti aromático algo que lembre o miolo de uma floresta e seus cheiros de folhas, terra, bichos, bichinhos, trilhas e outras infinitas nuances de mata. Cheiros aquém Atlânticos?!

BOCA: Equilibradíssimo, saboroso e deveras elegante. O corpo das uvas em avantajada presença.

PÓS-BOCA: Com um certo exagero saudável para um vinho merecedor, eis uma frase resumo, fruto inspiração advinda deste bom vinho português: “Um vinho de persistência que extrapola os sentidos e finca-se nos meandros do bem querer de nossa mais cativa memória.”

Impressão Atlan Vitis: Fantástico e muito especial. Da cor e suas lágrimas na taça, passando pelo requinte aromático até chegarmos a um vinho pleno na boca, simplesmente deparamos com um magnífico liquido. Vinho que no quesito conjunto da obra arrebenta. Merece repeteco sempre. Arrebatador.

Em tempo: Foram produzidas 250.000 garrafas. E para chegar a este número as uvas foram colhidas na Quinta S. J. Batista tendo o acompanhamento e responsabilidade geral do enólogo Osvaldo Amado que, no processo de vinificação adotou os seguintes passos: Desengace total, maceração pelicular prolongada, fermentação alcoólica a 28º e por fim um estágio de 9 meses em barricas de carvalho francês.

PPN: 86...92

sábado, 24 de julho de 2010

12º Vinho: LES BATEAUX SYRAH 2008 - FRANÇA



Produtor: Jacques et François Lurton, Domaine de Poumeyrade
100% Syrah.
13% teor alcoólico, -R$ 40...50 R$-
Prova: 13.05.2010 – Degustado na Loja Magazino, Natal/RN

INTRÓITO: Este foi o vinho que fez par com o prato principal da noite (Filé ao Molho de Foie Gras com Cogumelos e Gratin de Batata) de encerramento do curso “O vinho em 4 momentos”, promovido pela Magazino, Natal/RN. O Atlan Vitis teria muito mais para comentar sobre este Lês Bateaux e seus produtores, o que daria outra postagem a posterior, porém, para esse momento de resgate de antigas anotações da caderneta de provas, optei por repassar ao blog este vinho com uma síntese extraída. Assim, sem maiores aprofundamentos culturais, históricos e convenientes que cercam este vinho francês, apresento o que me foi dado poder presenciar quando o provei.

COPO/COR: Não é chorão na taça. Tem lágrimas modestas e ainda assim não é chorão. E se fosse um chorão, carregaria sua cor de rubi. Um rubi de vinho. Existe rubi-bonina? Um rubi-bonina choroso?

AROMAS: Frutados. Notas de especiarias. Frutados vermelhos não compotados.

Intermezzo: Este vinho possui a demarcação mais simples dada pelas instituições francesas. No caso especifico deste Lês Bateaux, dos irmãos Lurton, é um vinho que presume-se ter qualidade com um preço reduzido, acessível. Um Vin de Pays de d’Oc.

BOCA: Com um leve picante típico da uva Syrah este vinho mostrou-se saboroso e fresco na boca. Bom corpo.

PÓS-BOCA: Persistência em curta cadência para um prelúdio a permanecer na boca em implorante repetição do liquido em boca. É como se a boca, após gole, dissesse “mais uma prova, por favor!” Mas vejam só: não é a persistência que é insistente. É o gosto em boca ou com o liquido em boca que este vinho deixa-nos uma boa memória e então, com essa boa lembrança, ocorrem sinapses em átimos incomensuráveis para ter o vinho em presença às nossas percepções.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Foi excelente. Mas o vinho não o foi. Foi bom ou muito bom no aspecto “prova do vinho”. Talvez o jantar tenha proporcionado a excelência do momento e então... o vinho surfou a crista desta onda momento de excelência. De lembrança como forte impressão vêm-me à tona o quão agradável foi em boca e pós-boca. Não me lembro como foi a harmonização. Paciência. Parece até que o Lês Bateaux deixou o Atlan Vitis mareado em boca com conseqüências pós-boca. Deve de ser... só pode ser... hum... será? Bem que eu deveria ter escrito estas impressões no mesmo dia da prova! Agora são as minhas memórias que navegam em um nada sem fim.
Em tempo: Terra à vista! Este vinho, conforme pude constatar na web, recebeu do Robert Parker um 86, um 87 com “Best buy” da Wine Spectator, 3 estrelas da Revista Prazeres da Mesa e 4 pontos da Veja Vinhos. E agora recebe um PPN Atlan Vitis que abarca dos 81 pontos até possivelmente 88. Será? Já está sendo...

Detalhe: Um rótulo que merece ser apreciado (por dentro e por fora) para ninguém ficar mareado.

PPN: 81...88;

sexta-feira, 23 de julho de 2010

DONA MATILDE 2007 DOURO DOC - Portugal


Produtor: Quinta Dona Matilde, Régua, Portugal
Castas: Vinhas velhas com variedades tradicionais da região demarcada do Douro
13,5% teor alcoólico; - R$ 20...40 R$ - ($7,40 Euros)
Prova: 19.06.2010 – Confraria Lúdico Vínica do Mirante da Barreira do Inferno

INTRÓITO: Um vinho que possivelmente não tem representantes comerciais nem tampouco importadores aqui no Brasil. Assim, para degustar um desses, somente trazendo via bagagem mesmo ou outros caminhos. Mas, graças à um casal de amigos enófilos da Confraria acima citada, o Atlan Vitis pode conhecer mais um honesto e misterioso vinho de Portugal, como normalmente assim o são. E nada de ruim não. Longe disso. Um vinho que merece outra atravessia oceânica para ser brindado em ambiente familiar sempre. Se bem que... há outros vinhos a nos surpreender que os próprios fisioterapeutas enófilos já puderam nos apresentar, o que ficará para uma postagem em breve. Enquanto isso, vamos ao vinho de combate da Quinta Dona Matilde, mas não sem antes agradecer de público pelo brinde e pela oportunidade: Valeu enófilos do mirante 1402, muita saúde!!!

COPO/COR: Rubi Violeta super fechado.

AROMAS: Balsâmico, floral e com evidentes frutas vínicas. Porém, tudo isso de forma muito tímida, como se estivesse a esconder o jogo. Ou não!

INTERMEZZO: Para a sua “existência” os produtores adotaram alguns cuidados que foram desde a apanha das uvas em caixas de 25kg, criteriosa seleção dos cachos na entrada e até pisa a pé de parte do lote deste vinho. Aconteceram, certamente, outros detalhes e pormenores, porém, convém citar, este Dona Matilde também estagiou 9 meses em cubas outros 3 em garrafa.

BOCA: O terroir do Douro bem presente. É gostoso quase guloso. Potente. Boa carga tânica. Talvez o que encontramos em boca seja uma herança dos cuidados e do processo na elaboração deste.

PÓS-BOCA: Boa persistência com continua sensação dos taninos das uvas a integrar-se e espalhar-se na boca. Vibrante e potente. Feito um monte de chumbinhos a explodir no chão e arrancando gargalhadas mil das crianças.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Concordo com comentários colhidos na web em que dizem ser este um vinho enigmático. Mas, por que enigmático? Seria pela presença austera dos taninos em seu corpo? Seria pelo jogo de esconde esconde dos aromas? Ou, curtindo e sem medo de ser feliz com este vinho, seria a possibilidade deste vinho permanecer ainda em guarda? E levemos em conta, para possíveis resposta, que este é o vinho de “combate” da produtora. Ou seja: um vinho para o mercado do agora. Bom... mas isso não diz muito e não impede que muitos o possam tê-lo em guarda. Do blog: um vinho benquisto e que certamente será agradável a muitos, independente do que enigmático poderemos perceber. Vivas ao casal amigo que possibilitou a degustação deste. Bravo.

Em tempo: acesse Dona Matilde e “puxe” a ficha técnica deste e de outros, como assim o fiz e então pude colher algumas das informações aqui escritas.


PPN: 81...88

quinta-feira, 8 de julho de 2010

QUINTA DA NEVE CHARDONNAY 2008 – BRASIL


Produtor: Villa Francione Agronegócio S/A para Quinta da Neve Vinhos Finos
São Joaquim, Santa Catarina; Brasil.
13% teor alcoólico, -R$ 35...55 R$-
Prova: 23.05.2010

INTRÓITO: Untuoso ma non tropo! Após ler e rever diversos anúncios da ACAVITIS (Associação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude) nas revistas especializadas em vinhos do Brasil e com uma certa curiosidade me rondando de há muito tempo, eis que finalmente está provado e aprovado um vinho fino de Santa Catarina, especificamente de São Joaquim. Um vinho fino de altitude. Que possamos subir até os píncaros deste e compreendê-lo! Vamos ao vinho...

COPO/COR: Fulgurantes tons de dourado claro; palha cristalina e brilhante. Sem expressividade de lágrimas na taça. Halo e olho que parecem nos comunicar potencialidades de guarda moderada.

AROMAS: Cítrico com tendências nítidas para a lima, limão e talvez laranjas verdes. Notas rápidas de Maça Verde.

INTERMEZZO: No site da QUINTA DA NEVE tem a ficha técnica deste e de outros. Vale ir!

BOCA: Boa acidez. Equilíbrio e uma feliz constatação dos aromas em boca. Será que teria um certo gosto “amanteigado”? Manteiga ou queijo de manteiga? Consistência de manteiga? Untuoso. Quase untuoso. Untuoso Ma non tropo.

PÓS-BOCA: Média persistência com excelente sensação pós-gole. Às vezes intrigante.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Excelente impressão para este branco. Impressão esta tão boa que, apesar de não ter dado um PPN com uma margem de altitudes elevadas, certamente procurarei provar outros desta região, como os tintos e até um Pinot Noir de lá que dizem ser muito bom. No mais, fiquei com vontade de repetir a prova deste; em especial para tirar a limpo essa tal de untuosidade em par com a boa acidez apresentada.

Em tempo: O Atlan Vitis arriscou na seguinte harmonização: Um filé de tilápias com molho de alcaparras e alho poro – Peixe à “Alcaporós”! Bem acompanhado de Arroz de Astronauta mais folhas de alface americano “Pedra de Fogo”. Vivas mais uma vez para a Chef Nanda.

PPN: 84...89

quarta-feira, 7 de julho de 2010

LA LINDA TORRONTÉS 2008 – ARGENTINA


Bodega Luigi Bosca, família Arizu;
14% teor alcoólico, -R$ 30...50 R$-
Prova: 07.05.2010

INTRÓITO: Em pleno outono folhas e folhas a cair. Em pleno outono aromas se desprendem de uma casta que não quer ser apenas mais uma casta. Torrontés argentino em pleno outono a propagar brisas florais. Talvez a desprender sentimentos outros através dos caminhos de uma vida vínica. Uma Argentina a eclodir-se em pleno nordeste brasileiro. Brasil e Argentina juntos, a esquecer que em breve serão só futebol. É pêssego!
Obs.: Este texto do intróito foi escrito no mês de maio. Portanto, bem antes da partida inicial da Copa do Mundo de 2010. Para Brasil e Argentina resta apenas observar o desempenho da Holanda, do Uruguai, da Alemanha e da Espanha nas semifinais e na finalíssima.

COPO/COR: Amarelo palha translúcido. Formação de uma cortina vínica na parede da taça (bem, acho que quis dizer: “boas lágrimas de um bom vinho”). Bom? Bota bom nisso!!!

AROMAS: Suave madeira a iniciar como grande anfitriã ante a chegada gradual de outros aromas. Presença floral nítida e impressionante. Que flora é esta? Pêssegos? Mordida de maçã a invadir os dentes? Que amazônica flora é esta?

INTERMEZZO: Tá de saco cheio de ler este blog?! Acesse a “Roda dos aromas” da Luigi Bosca. É divertido e instrutivo. Bem... o editor do Atlan Vitis brincou pouco, foi escrever esta postagem.

BOCA: Instigado e delicado. Demonstra equilíbrio e aguda sapiência típica dos bons brancos. Não maciez. Há delicatesse. Firme delicatesse. Excelente acidez em equilíbrio.

PÓS-BOCA: Média persistência e continua insistência de bem querer, sendo benquisto em boca e pós-boca. Zero vírgula alguma coisa de adstringência.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Talvez um álcool querendo ser enjoativo e nada mais. Pois, de resto, é tudo o que está aqui nesta postagem, nesta ficha Atlan Vitis relatado. Um vinho gastronômico pelo que apresenta em aroma, boca e pós-boca. Na Instância Atlan Vitis, no setor de adegas flutuantes, já está reservado umas dezenas deste La Linda Torrontés.

Em tempo: Encontrei uma certeira e fiel constatação no contra-rótulo: “Excelente equilíbrio entre frutas e flores”.

PPN: 87...92

quinta-feira, 1 de julho de 2010

GLEN CARLOU TORTOISE HILL WHITE 2007 – AFRICA DO SUL #cbe

Africa do Sul
Produtor: Glen Carlou, região de Paarl Valley
Sauvignon Blanc, Viogner e Chardonnay
13% teor alcoólico, -R$ 30...50 R$-
Prova: 25 de junho de 2010

44º Vinho para a CBE

INTRÓITO: A escolha deste mês da Confraria Brasileira de Enoblogs - do Luis Sérgio VitisVinifera - foi para o vinho da copa casta Sauvignon Blanc. Na ausência impossibilidade do Atlan Vitis em tê-lo partimos para um outro. E foi como intróito para o jogo Brasil x Portugal em partida válida pela terceira rodada do grupo G neste mundial na África do Sul.

COPO/COR: Límpido, brilhante e com lágrimas a gingar sem pedaladas na arena da taça. Cor esverdeada bem clara.

AROMAS: Cítrico moderado com cara de que era um cítrico exuberante quando no ano de seu lançamento. Toques florais e minerais já difíceis de captação.

INTERMEZZO: A distribuição das castas com a Sauvignon Blanc como base segue a seguinte percentagem: S.Blanc (77%), Viogner (12,7%) e uns 3% de Chardonnay;

BOCA: Excelente frescor e com boa personalidade ante o seu equilíbrio. Corresponde ao cítrico aromático enfatizando ainda mais sua discreta acidez.

PÓS-BOCA: Excelente lembrança aromática mesmo sem ter potência.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Boa lembrança. Bem melhor do que o zero a zero do jogo Brasil x Portugal pela Copa do Mundo de Futebol 2010 na África do Sul. Só gostaria de prová-lo numa edição mais recente. Melhor: provar um deste recém lançado, direto da vinícola. Recém posto ao mundo.

Em tempo: Este vinho entrou em promoção nas lojas Grand Cru.

PPN: 84...89