quarta-feira, 31 de março de 2010

COUTADAS VELHAS RESERVA 2006




Vinho Tinto Coutadas Velhas reserva 2006 Douro DOC
Caves do Monte-Vinhos, S.A. Lousada – Portugal;
Castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca
13% teor alcoólico - R$ 19,90 R$ - Data: 21.02.2010
Do Mirante Itatiaia em jantar com Pizza;

INTRÓITO: O Brasil é aposta recente da Caves do Monte-Vinhos que, de 2006 até os dias atuais, também passou a investir em países africanos. Considerada uma empresa vitivinicola jovem, criada em 1992, mas que já conquistou seu nicho de mercado mundial, em especial em países como a França e a Alemanha. Mas o que certamente a fez galgar este patamar de estabilidade e de boas premissas é a forte preocupação com a qualidade. Este Coutadas Velhas reserva cumpre o seu papel e faz jus à própria história da Caves do Monte-Vinhos. Vejamos...

COPO/COR: Tinto rubi. Tinto tinto tinto e tinto clássico, sem delongas para outras matizes ou rubros básicos;

AROMAS: Terroir característico do Douro. Frutas vermelhas maduras capitaneadas pelas uvas tintas

INTERMEZZO: Citando incógnito e recôndito poeta: “Perfumes e cheiros de um lugar que por certo hei de estar; conforme percepção n’alma de que um dia por lá estive, mesmo sem ter, em vida, ousado ainda pisar. E em pisando e aguçando a memória do perceber percebido ciente estarei e saberei o porquê de tanto deste douro vinho estou a gostar.”

BOCA: Traços de bagas e cascas das uvas sem o ardor adstringência dos taninos.

PÓS-BOCA: Taninos bem presentes e, de forma apaziguadora, com uma média quase elevada de persistência.

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Um vinho que impressionou e muito nos aromas. Talvez por serem cativos e benquistos aos provadores. Ou ainda, por serem aromas milenares de uma região rica em sabor e labor.

Em tempo: Beber sempre em companhia.
Em tempo 2: Comprar outro valerá!

Perspectivas de Possíveis Notas (PPN): entre 88 e 91; 88...91; 4 taças.

segunda-feira, 15 de março de 2010

VINHO BRANCO ARGENTO RESERVA 2006


VINHO Argentino BRANCO ARGENTO RESERVA 2006

Vinho Argento Reserva – Chardonnay – Vintage 2006 - Mendonza / Argentina
13,5% teor alcoólico - R$ 18,99 R$ - Data: 26.02.2010


Mirante da Barreira do Inferno/Grande Natal

INTRÓITO: Após desbravar intermitentemente vinhos brancos neste verão, algumas idéias - querendo firmar-se como conceitos - naturalmente surgiram e hão de surgir. Estou desconfiado positivamente de que vinhos brancos postos em reserva ou disponibilizados como reserva no mercado tornam-se fabulosas surpresas. Ou seja: quase que estou a criar um conceito para vinhos brancos, e este conceito seria uma constatação de que estes vinhos quando são reservas ofertam maiores gamas nas características a serem avaliadas quando realizamos a degustação. Os reservas são melhores. Não. Mas podem ser. É prudente inúmeras outras provas e uma avaliação global mais profunda para bater o martelo na criação de um conceito para a enocultura. Por isso que, titubeante, escrevi: “quase que estou a criar um conceito...” No entanto, não titubeante, relato sobre este bravíssimo Argento, um vinho Argentino branco com uma explosão nos aromas e em boca.

COPO/COR: Amarelo esverdeado com lágrimas lentas a perfazer o entorno interno da taça;

AROMAS: Estupendo e agradável perfume. Notas de flores e algumas frutas cítricas – lembrança agridoce e de maça verde;

INTERMEZZO: Vinho maturado por seis meses em barricas novas de carvalho francês;

BOCA: Delicia; de encher a boca... luxurioso?

PÓS-BOCA: rico gosto final; ajuda na percepção dos aromas. Parece que fixa os aromas na boca;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: excelente custo benefício com a certeza de que agüenta mais tempo em garrafa, talvez não mais do que até 2012;

Em tempo: era a última garrafa disponível na loja. Será que devo tê-la em repeteco numa futura compra ou deverei dar vazão às minhas pesquisas com brancos reservas que “quase” viram conceitos?


PPN: 80...88

terça-feira, 9 de março de 2010

INÉDITO “CREPE NANDA” E UM CHARDONNAY 2007

LA CHAMIZA – Pólo Amateur,
Vinho Branco Fino Seco, Chardonnay 2007
Finca La Chamiza, Mendoza – Argentina
13,5% teor alcoólico; R$ 19,90 R$ - Data 08/03/2010
Do quente mirante do Trampolim da Vitória, Grande Natal/RN
Dia Internacional das Mulheres – 08 de março.

INTRÓITO: Um vinho que ganhou pontos extras por acertadamente ter sido o felizardo em acompanhar um crepe raro: Crepe Nanda – Aveia e Amaranto, recheado de queijo e peito de peru defumado. Comida rara, saudável, saborosa e única. Indescritível. Bem... mas vamos ao vinho...

COPO/COR: Leve e brilhante amarelo palha. Discreto dourado;
AROMAS: Evoca frutas cítricas tropicais e casca com gosto e algo mais de uvas verdes. Lembrança recôndita de melão batido com limão. Talvez lichia e carambola. Suco de pitomba? Não sei... e em não sabendo... raridade;

INTERMEZZO: Como acompanhou um espetacular crepe, de receita recém criada por amada alma feminina, concluído ficou mais uma sugestão de harmonização: Vinho Branco Argentino, chardonnay com crepe inusitado;

BOCA: Sensações de prova de uma fruta nova, inédita e provocante. Fruta imaginária feita de pêra, cajá, biscoitos e leve suco cítrico. Possui uma mineralidade que enriquece conforme permanência na boca, gole após gole, sem exageros; leve exuberância;
PÓS-BOCA: A vibração e a refrescante qualidade deixada na boca persistem em intensas garras do bárbaro equilíbrio da acidez com a gama alcoólica;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Jovial, é um vinho harmonioso assim como, em essência, são as mulheres para esta esfera Gaia. Esplendido e carinhoso; firme, destemido e presente. Um verdadeiro presente para o afã do complemento homem/mulher nesta salutar data do Dia Internacional das Mulheres. Lado a lado com FCCF, foi aberto em companhia do Concerto no.03 para piano de Beethoven e de um livro do Mario Vargas Llosa “Casa Verde”. Altamente recomendado. Em especial se for um vinho para celebrar o que é celebrado todos os dias: a vida e seu pulsar de infinitas filigranas femininas, centelha mulher.

Em tempo: Parabéns mulheres!

PPN: 85...91

segunda-feira, 8 de março de 2010

PAULO LAUREANO CLÁSSICO 2008


Vinho Branco Paulo Laureano Clássico – 2008
Regional Alentejano – Portugal
Castas Antão Vaz e Roupeiro
Produtor: Paulo Laureano Vinus, LDA.
13,5% teor alcoólico; R$ abaixo de 45 R$
Carnaval Pólo da Redinha, Natal/RN; Data: 15.02.2010


INTRÓITO: um vinho que leva o nome de um grande enólogo português mas que traz-nos de forma engrandecedora, outras histórias e inúmeros outros nomes ocultos: – Que homens e mulheres se esforçaram, da vindima e do preparo da terra; do transporte e das decisões logísticas; do preparo e reparo; da assessoria e das decisões finais para termos em mãos e em taças um Paulo Laureano Clássico?

COPO/COR: Uma visão aquosa de palha de milho ressecada;

AROMAS: Aromas longínquos de folhas de limões, laranjas e tangerinas; Cascas de peras verdes. Outrossim, um indecifrável aroma agridoce espetacular e sublime;

INTERMEZZO: notas de prazer;

BOCA: Um resumo aromático a deslizar de forma mezzo alcoólica e ao mesmo tempo saborosa quando em boca;

PÓS-BOCA: a dar-nos água na boca. Ou seja, um retrogosto opulento para um branco deliciosamente concentrado e com arremates minerais – talvez a mistura da água e da terra do Alentejo; vida mineral; salutar;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Os vinhos brancos portugueses ainda apresentam-se enigmáticos e emblemáticos para este editor do atlanvitis. Talvez seja necessário uma estadia em terras lusitanas. E tem quem me aponte: é simples. Sim, simples, basta atravessar o atlântico e ... "Simples?! Os enigmas não precisam de atravessias oceânicas. Eles é que atravessam por si só. O quebra-cabeça do discernimento de um vinho começa a ser montado sem inicialmente nos munirmos de vivência in loco. Sem, necessariamente vivermos a vindima do próprio." (é o que concluiu um incógnito poeta, rompendo meu escrever e devaneios de caderneta de enófilo aspirante) Bom, após pensar conclusões e inclusões...
Este Paulo Laureano trouxe boas novas à casa de cá. A este mirante de enigmas que tornou-se o atlanvitis. Que, uma vez desbravado e mesmo sem ainda tê-lo em um resumo ou carimbo de impressão divulgado, este inusitado branco repleto de vida do Alentejo via castas Roupeiro e Antão Vaz tornou-se táctil ao que de táctil possa ser tateado pelos sensos físicos de um corpo humano. Tornou-se salutar ao que de salutar saltou à imaginação e de lá não mais quis se desgarrar. Daí ser emblemático. Daí ser essa mistura de enigma em constante labuta por uma solução ao mesmo tempo em que paira como um estandarte para licenças poéticas que resultam em abstratos próximos de emblemas. Um vinho bandeira a mirar todos os mares.

Em tempo: Ou seja: gostei. Mesmo sem ainda estar gabaritado para comentá-lo.

PPN: 83...89

TERRANOBLE SAUVIGNON BLANC 2009


TERRANOBLE SAUVIGNON BLANC 2009
Vinho Branco, Produtor Terranoble; Central Valley - Chile
13,5% teor alcoólico; R$ abaixo de 40 $ Data: 15.01.2010
Praia da Redinha, Natal/RN

INTRÓITO: Da linha varietal básica da produtora Terranoble. É um vinho que merece ser avaliado. No entanto, é um vinho que têm um ponto final e não nos deixa ir mais além. Talvez este ponto final não seja um ponto. Mas sim, nano reticências a dizer-nos: “Da Terranoble temos outros... uns reservas, outras safras, Vineyard Selection a vos esperar...”

COPO/COR: amarelo translúcido, vinho branco bem clarinho, jovem bebê;
AROMAS: infelizmente a brisa maresia do veraneio foi mais forte evitando um devido registro do perfume deste chileno. Urge uma nova prova em ambiente adequado;

INTERMEZZO: possivelmente ao realizarmos uma segunda prova de um mesmo vinho – em datas diferentes – a coleção de impressões coletada por nossas percepções poderão mudar;

BOCA: forçosamente gostoso;
PÓS-BOCA: final ligeiro. Boa acidez;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Não causou maiores impressões. Afora o refrescante e agradável “quebra de clima” em pleno escaldante verão nordestino. E olha que este vinho “lutou” em taça contra uma boa brisa! Tanto que roubou-nos melhores coletas avaliativas. Ainda assim... Gelado vale. Saudável. Recomendado para intróitos de outros brancos agitatos;
EM TEMPO: belissimo rótulo. Cara de vinho Branco mesmo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

ROSATO DI TOSCANA 2008 – Rosa Canina


ROSATO DI TOSCANA – Rosa Canina
Vinho Rosé Fattoria Di Basciano 2008
Imbottigliato da Renzo Mais Proprietário Viticoltore In Rufina - Itália
13% de teor Alcoólico Carnaval na Praia da Redinha, Natal/RN 15.02.2010

INTRÓITO: Donde vem a possibilidade probabilidade de escolhermos um vinho pelas vias do acaso? Existem circunstâncias para encontros e desencontros? Que mecanismos fazem girar o motor das circunstâncias?

COPO/COR: Rosa próximo da cor clássica da casca do fruto da acerola;

AROMAS: Frutado cítrico. Peras? Leve perfume de uvas Lambruscas italianas – semelhante ao que encontramos nos frisantes Lambruscos;

INTERMEZZO: “Esses moços, pobres moços. Ah se soubessem o que sei...”

BOCA: Delicia. Estupidamente delicioso! E com isca de peixe como tiragosto... e com clima de verão/carnaval... e com a família e amigos... hum...

PÓS-BOCA: um certo frescor com algumas pontadas – não incômoda - de álcool;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: não é um vinho rose que há de se destacar mundo afora, porém, facilmente este é um vinho benquisto. Um vinho que conjuga o teorema neologismo do imaginário verbo “bem-querer” ao olhar olhando-o e ao primeiro gole se deliciando. Em resumo, para não desfilar delongas: um Rose Estupidamente Delicioso!

Em tempo: Tai um vinho que combina e muito com o multi-decano hit carnavalesco Vassourinhas. Tarara ra rara... tuturuturuturu.... com o aval certo das carnavalescas da casa da Dona Nom, na Redinha, MF, FF e VRF.
PPN: 81...89

quarta-feira, 3 de março de 2010

VINHO E PÉ NA AREIA DOÑA DOMINGA RESERVA 2007


Vinho Tinto DOÑA DOMINGA RESERVA 2007
100% Cabernet Sauvignon – Colchagua Valley Chile
13,5% de teor alcoólico, R$ entre 30 e 40 R$
Praia da Redinha/Carnaval 14.02.2010

INTRÓITO: Vinho degustado em mesa que proporcionou colocarmos os pés na areia; um alívio... uma boa pedida;

COPO/COR: Rubi “vínico-tinto”; brusco, grande corpo e lágrimas fixas em taça;

AROMAS: Floral, “rosas”? Leve Madeira. Tabaco? Hum...

INTERMEZZO: Reveja a nota sobre outro “Chilean Huaso dance” da Casa Silva aqui postado: http://atlanvitis.blogspot.com/2009/12/vinho-dona-dominga-chilean-huaso-dance.html

BOCA: Saboroso após o segundo gole e então: saboroso e honesto;

PÓS-BOCA rápido e que ainda assim deixa “ressoar” frutos de forma veludosa. No entanto, com um peso de adstringência tal qual a encontramos às vezes em sucos de caju;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: é um vinho agradabilíssimo. Tanto para incursões solo quanto para acompanhar refeições diversas. Há de harmonizar-se bem com carnes.

Em tempo: Vale a pena realizar a experiência de tomar vinhos com o pé na areia de alguma beira de praia. Aprovado.

NOTAS: 87

terça-feira, 2 de março de 2010

LUIS FELIPE EDWARDS RESERVA 2008


LUIS FELIPE EDWARDS RESERVA 2008

Vinho Tinto Cabernet Sauvignon
Valle do Colchagua - Chile
Praia da Redinha/Carnaval 13.02.2010
14%vol.

INTRÓITO: Um vinho envelhecido 8 meses em barricas e depois levemente filtrado e com uma intensidade aromática ainda jovem.

COPO/COR: Morado oscuro – segundo o enófilo Fregonezi. Tons de Vermelho profundo já denotando estar em processo de amadurecimento/envelhecimento;

AROMAS: Talvez baunilha. Madeira madeira madeira e madeira e uma beira de frutos que ainda havemos de desbravá-las;

INTERMEZZO: Mesmo com uma generosa brisa noturna de beira de praia ajudou a dissipar o bom e super vivo perfume deste tinto chileno;

BOCA: Frutas maduras no ataque inicial seguido de uma tentativa gustativa querendo ser veludo. Veludoso? Ainda não. É grande na boca. Vale a aventura de pôr em guarda por uns dois anos e depois... depois é 2012!;

PÓS-BOCA: Gostoso, com a madeira não sendo enjoativa e sim sutil e com graça;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: Um vinho saboroso e rico na fruta. Rico também nos aromas do envelhecimento em madeira, o que não compromete em nada a qualidade deste. Talvez uma decantação de meia hora apaziguasse este “efeito” intenso nos aromas.

Em tempo: safra 2008? Que safra foi essa ante a super comentada safra de 2007?

NOTAS: 85

segunda-feira, 1 de março de 2010

“Chispeante” GEWURZTRAMINER Chileno



Carmen Gewurztraminer 2008 - Valle Central Del Chile
R$ entre 30 a 50 R$
(em alguns restaurantes apresenta-se com o preço mais elevado)
13% teor alc. data: 15.01.2010

INTRÓITO: Para uma noite festiva só com vinhos brancos, em pleno veraneio pelas terras/praias potiguares, este vinho arrebatou a muitos. Digamos que este tenha se destacado como um vinho de presença, elegante e galanteador. Conquistou a percepção de muitos. Quanto à visão Atlan Vitis... vejamos:

COPO/COR: Amarelo palha e com suaves matizes esverdeadas. A reluzir graça e personalidade;

AROMAS: Flores e diáfanos sopros de maracujá;

INTERMEZZO: Único da vinícola Carmen a utilizar esta uva Gewurztraminer. Tornando-o ímpar e imperdível;

BOCA: Abstrato mineral e toque de maracujá na ponta da língua;

PÓS-BOCA: Gosto de quero mais. Notas minerais “chispeantes”;

IMPRESSÃO ATLAN VITIS: foi uma primeira impressão que pede urgência para próximas provas. Simplesmente uma delicia de vinho branco. Um vinho com presença. Fantástico. Sem jamais ser um incômodo. Merece respeito e merece as notas aqui imaginadas e divulgadas.

Em tempo: Possivelmente este vinho tenha em sua composição e mescla uns 87% da uva Gewurztraminer somado a 13% de Semillon, conforme dados obtidos em ficha técnica no site da Carmen. No entanto, tais referências colhidas no site referem-se a colheitas de 2003 até 2007. Ainda aguardo resposta da produtora Carmen sobre este magnífico vinho safra 2008.

NOTAS: 93/100; 18,5 de 20pts; 4 taças;